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Celulares dos mortos em BMW passarão por perícia para saber se houve ligação ao Samu, diz polícia

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A Polícia Civil investiga possíveis ligações para o Samu em caso de mortes por intoxicação em Balneário Camboriú

A Polícia Civil apreendeu os celulares dos quatro mortos encontrados desacordados em uma BMW na rodoviária de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, no início da semana. Os aparelhos passarão por perícia para descobrir se as vítimas ligaram para o Serviço de Urgência e Emergência (Samu) horas antes de desmaiarem.

O caso aconteceu na segunda-feira (1º). Ouvida pelos policiais, uma testemunha confirmou que o adolescente de 16 anos que estava no veículo ligou para o Samu e pediu auxílio durante a madrugada, mas que foi orientado a ir até um hospital.

Responsável pelo serviço, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) negou que recebeu a ligação na madrugada e destacou que a primeira solicitação ocorreu apenas às 7h21. A pasta, no entanto, foi oficiada a prestar esclarecimentos, afirmou o delegado Vicente Soares.

"[Os aparelhos] vão ser encaminhados ao Instituto Geral de Perícias [atual Polícia Científica] para essa extração de dados visando a identificação de eventual ligação para o Samu ou eventual ligação para terceiros", informou.

A morte do grupo aconteceu em frente à rodoviária da cidade. Tiago de Lima Ribeiro, de 21 anos, Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24, Karla Aparecida dos Santos, de 19, e Nicolas Kovaleski, de 16, estavam no veículo de luxo e não resistiram.

Além da análise dos dados nos celulares, a polícia fará uma contagem de monóxido de carbono no veículo. O objetivo é descobrir se a customização feita na BMW para aumentar o barulho do ronco do motor pode ter feito o gás tóxico, que deveria sair de dentro do veículo pela estrutura, se espalhar pelo interior do carro.

Na vistoria inicial no veículo, agentes encontraram um rompimento na conexão do cano de escapamento.

Ao SC Notícias, o BMW Group Brasil reforçou que "não tem registro de casos similares envolvendo o modelo BMW 320i original de fábrica". A montadora também afirmou que está à disposição das autoridades.

O que se sabe sobre o caso

  • O grupo foi encontrado desmaiado dentro do carro e em frente a rodoviária de Balneário Camboriú pela namorada de uma das vítimas, que chegou a ficar dentro do carro por alguns momentos;
  • Os quatro jovens ficaram cerca de quatro horas dentro do carro ligado com o ar-condicionado funcionando, segundo o delegado Bruno Effori, que iniciou as investigações;
  • Durante a madrugada, relataram que comeram um cachorro-quente na praia e relacionaram a náusea, a tontura, e a tremedeira ao alimento;
  • O grupo ficou no local buscando uma melhora para poder seguir viagem. Quando o Samu foi acionado, no início da manhã, elas estavam em parada cardiorrespiratória;
  • A mulher que chegou de viagem não apresentou nenhum sintoma.

Conclusão

O caso das quatro mortes por intoxicação em Balneário Camboriú tem intrigado as autoridades e a população. A apreensão dos celulares das vítimas é um passo importante nas investigações para descobrir se houve tentativa de contato com o Samu antes das vítimas desmaiarem. Além disso, a análise do monóxido de carbono no veículo também será crucial para determinar qual foi a causa da intoxicação.

A customização feita na BMW para aumentar o barulho do ronco do motor pode ter interferido na saída do gás tóxico, o que levanta hipóteses sobre a responsabilidade da montadora no caso. A contagem de monóxido de carbono e a análise dos celulares serão fundamentais para esclarecer os fatos e determinar as circunstâncias da tragédia.

A pesquisa de possíveis ligações para o Samu momentos antes das vítimas desmaiarem pode revelar se houve negligência no atendimento médico. A polícia está empenhada em esclarecer todos os detalhes e dar respostas às famílias das vítimas.

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