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Órgãos perfurados e 42 mortes: o que se sabe sobre cirurgião preso em SP

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O médico-cirurgião João Batista do Couto Neto é preso por suspeita de 140 erros médicos

O médico-cirurgião João Batista do Couto Neto, de 46 anos, foi preso na quinta-feira (14) em Caçapava, no interior de São Paulo. Ele é investigado por 140 erros médicos, incluindo a morte de 42 pacientes no Rio Grande do Sul. As investigações apontam para casos de infecção generalizada, trombose, embolia pulmonar e até demência após procedimentos realizados pelo cirurgião.

Investigações e denúncias

As investigações foram iniciadas após denúncias de pacientes, que relataram complicações após passarem por cirurgias realizadas por João Batista do Couto Neto. Em janeiro, o delegado Rafael Sauthier, responsável pelo caso, informou à Folha de S.Paulo que já haviam sido registradas 76 ocorrências. O delegado Tarcísio Kaltbac é o titular da investigação.

Os relatos dos pacientes apontam que o médico perfurava outros órgãos durante as cirurgias e tratava as complicações com descaso. Além disso, muitos procedimentos eram realizados sem a autorização dos pacientes. Um exemplo citado é o caso em que o médico cobrou pela retirada do útero de uma paciente, mas não fez o procedimento.

O médico realizava uma quantidade excessiva de cirurgias em um único turno, chegando a fazer até 25 procedimentos. A polícia acredita que o objetivo de Couto Neto era aumentar os ganhos financeiros, o que prejudicava o tratamento adequado dos pacientes.

Atuação em São Paulo e antecedentes

Couto Neto estava trabalhando como médico no Hospital Municipal de Caçapava, em São Paulo, quando foi preso preventivamente sob acusação de homicídio doloso. Curiosamente, mesmo respondendo a inquéritos e sendo investigado no Rio Grande do Sul, o médico conseguiu se registrar no Conselho Regional de Medicina de São Paulo em fevereiro de 2023.

Em São Paulo, o médico atuou como autônomo ou terceirizado em diversos órgãos públicos e filantrópicos, incluindo o Hospital de Caçapava, AMA Sacomã e os hospitais Mandaqui, Ipiranga, Pio 12 e São Francisco de Assis.

No final de 2022, Couto Neto foi proibido pela Justiça de realizar cirurgias por um período de seis meses, que posteriormente foi prorrogado por mais quatro meses. No entanto, ele continuou exercendo outras atividades não cirúrgicas, como intubações e colocação de dreno de tórax.

Defesa do médico

A defesa de João Batista do Couto Neto tem alegado que a prisão é descabida e deve entrar com um pedido de habeas corpus para que o médico responda ao processo em liberdade. Segundo os advogados, a prisão preventiva não tem fundamento, uma vez que não há risco de fuga ou ameaças às testemunhas. Eles também afirmam que a medida tem um claro caráter intimidatório contra o médico.

O Hospital Regina, onde Couto Neto atuava no Rio Grande do Sul, declarou que acolheu prontamente as reclamações dos pacientes e encaminhou uma delas para a Comissão de Ética do corpo clínico.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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