A Operação Rebote e as investigações sobre a PreviCampos: bloqueios e sequestros milionários envolvendo a ex-governadora Rosinha Garotinho
Introdução
A juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, decretou recentemente o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de veículos pertencentes à ex-governadora Rosinha Garotinho, a cinco consultores e a onze administradores da PreviCampos. Essas medidas estão relacionadas à Operação Rebote, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga gestão fraudulenta, peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Os alvos da Operação Rebote
A Operação Rebote cumpriu 18 mandados de busca em diferentes localidades do país, incluindo endereços relacionados à ex-governadora Rosinha Garotinho, como sua residência em Campos dos Goitacazes e um apartamento no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Os investigados são suspeitos de envolvimento em diversas irregularidades na gestão da PreviCampos, fundo previdenciário dos servidores do município de Campos dos Goitacazes, localizado no Norte Fluminense.
Investigações sobre a gestão da PreviCampos
De acordo com a investigação realizada pela Delegacia da Polícia Federal em Campos dos Goitacazes, durante o ano de 2016, os gestores do fundo e consultores contratados realizaram investimentos em títulos podres de longo prazo emitidos por empresas de fachada ou sem capacidade econômica para arcar com os pagamentos. Nessa época, Rosinha Garotinho era prefeita de Campos e indicou Nelson Afonso Oliveira para assumir a presidência da PreviCampos. Com um capital de aproximadamente R$ 1 bilhão, o fundo passou por mudanças em sua filosofia de investimentos, deixando de aplicar em gestores de grande porte e passando a optar por gestores de menor porte, colocando em risco as contribuições dos servidores.
Desvio de recursos e repasses suspeitos
Durante o mandato de Nelson Oliveira à frente da PreviCampos, foram realizados repasses no valor de R$ 350 milhões da previdência municipal para a Prefeitura de Campos sem explicações adequadas. Além disso, chamou a atenção dos investigadores o fato de um fundo com aproximadamente R$ 1 bilhão em caixa contratar uma consultoria por apenas R$ 625 por mês para definir o destino das contribuições dos servidores. Essa consultoria, localizada em Santos, não realizava reuniões, discussões ou votações internas para tomar decisões sobre investimentos, comprometendo a transparência e segurança dos recursos.
Retaliação ou intimidação política?
A defesa de Rosinha Garotinho alega que os supostos fatos que motivaram as buscas em sua residência ocorreram há cerca de dez anos. A ex-governadora afirma que a única questão imputada a ela é a indicação de pessoas sem qualificação técnica para cargos na diretoria e no conselho da PreviCampos. No entanto, a Operação Rebote tem como objetivo investigar não apenas a atuação de Rosinha Garotinho, mas também de outros gestores, consultores e administradores envolvidos no suposto esquema de desvio de recursos e irregularidades na gestão da previdência municipal.
Conclusão
A Operação Rebote, deflagrada pela Polícia Federal, trouxe à tona investigações sobre a gestão da PreviCampos, previdência dos servidores de Campos dos Goitacazes. A operação resultou no bloqueio de contas bancárias e no sequestro de veículos pertencentes à ex-governadora Rosinha Garotinho e a outros envolvidos. As investigações apontam para gestão fraudulenta, peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro. É fundamental que as autoridades aprofundem as investigações para esclarecer os fatos e punir os responsáveis por eventuais crimes cometidos contra a previdência municipal e a sociedade.
Redes sociais