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Brasil perde competitividade digital e empresas não melhoram indicadores

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O Brasil ainda enfrenta dificuldades em atingir bons indicadores de competitividade digital comparado ao mundo

O Brasil se destaca como uma das maiores economias do mundo, mas quando se trata de competitividade digital, o país ainda enfrenta grandes obstáculos. De acordo com o Anuário de Competitividade Digital do Institute for Management Development (IMD), o Brasil caiu cinco posições na avaliação anual, ocupando agora a 57ª posição. Essa queda coloca o país atrás de nações como Estados Unidos, Holanda e Singapura.

A pesquisa considera diversos aspectos, como conhecimento, tecnologia e prontidão para o futuro. Os resultados revelam que o Brasil não tem conseguido estabelecer estratégias eficientes, aprimorar seus colaboradores e atrair talentos, aspectos essenciais para a competitividade digital.

Desafios no setor privado

A pesquisa do IMD evidencia que as empresas brasileiras encontram dificuldades em promover a inovação e a transformação digital de forma estruturada. Um dos principais indicadores do levantamento, chamado de "agilidade empresarial", classifica o Brasil na 61ª posição entre um total de 64. Isso indica que as empresas não estão adotando adequadamente a agenda de inovação e transformação digital.

Um dos problemas identificados é a falta de habilidades em lidar com inteligência de dados. Embora as empresas brasileiras se apresentem como adeptas de tecnologias como big data, analytics e inteligência artificial, o uso efetivo dessas ferramentas ainda é limitado. A pesquisa aponta que as lideranças enfrentam dificuldades em dominar essas tecnologias, sendo prejudicadas pela falta de experiência internacional e pela falta de mão de obra qualificada no país.

Outro fator que impacta a competitividade digital das empresas brasileiras é a falta de atualização de seus colaboradores. Um estudo realizado pela Fundação Dom Cabral e pelo Fórum Econômico Mundial projeta que, nos próximos cinco anos, 44% das habilidades dos trabalhadores brasileiros serão alteradas e 60% da atual força de trabalho precisará de treinamentos.

O papel do governo e das empresas

Para melhorar a competitividade digital no Brasil, é necessário que tanto o governo quanto as empresas tomem medidas estratégicas. Um dos pontos-chave é o investimento em treinamento e capacitação dos colaboradores. Sem esse investimento, as empresas ficarão para trás em um cenário cada vez mais digital.

Também é fundamental que o governo e as empresas aumentem os investimentos em formação e capacitação profissional, fortaleçam as áreas de pesquisa e desenvolvimento nas empresas e melhorem o ambiente regulatório para estimular a competitividade digital.

Alguns setores já estão se destacando nesse sentido. No setor financeiro, por exemplo, houve uma união entre altos investimentos em inovação e tecnologia e estímulos do Banco Central para promover um ambiente mais competitivo digitalmente.

Indicadores positivos

O Brasil apresenta alguns indicadores positivos no que diz respeito à competitividade digital. O país ocupa a 12ª posição no total de gastos públicos em educação, o 17º lugar em representatividade feminina em pesquisas científicas e em robótica em educação e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), além do 7º lugar em produtividade em pesquisas de P&D. O uso de serviços públicos online pela população também é um destaque importante, ocupando a 11ª posição.

Para impulsionar a competitividade digital, é preciso que o Brasil estabeleça uma visão estratégica, invista em tecnologias emergentes e capacite sua força de trabalho. Somente assim o país poderá se aproximar dos líderes mundiais em competitividade digital, alcançando melhores indicadores e impulsionando a economia nacional.

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