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'Bean bag': como funciona e por que é usada a munição que matou torcedor do São Paulo

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Protesto e homenagem a são-paulino fanático vítima de violência policial

Por que a munição "bean bag" é tão perigosa?

Neste sábado (30), foi realizado um protesto e uma homenagem a um são-paulino fanático. Rafael Garcia, de 32 anos, morreu após a final da Copa do Brasil no domingo (25), no Estádio do Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Ele tinha deficiência auditiva e integrava a ala inclusiva "Surdos e Mudos Tricolores" da torcida organizada Independente Tricolor.

Rafael era conhecido por ser um torcedor dedicado, comparecendo a todos os jogos do time. Sua mãe, Vilma Garcia, conta que ele praticamente não tinha roupas normais, mas tinha muitas roupas do São Paulo. Apesar de seu amor pelo clube, Rafael nunca se envolveu em brigas de torcida.

No dia da final da Copa do Brasil, Rafael estava do lado de fora do Estádio do Morumbi e não teve a oportunidade de ver pessoalmente seu time ganhar o campeonato. Após o jogo, houve um confronto entre são-paulinos e policiais militares. Rafael gravou um vídeo durante esse momento e acabou sendo atingido por trás, na cabeça, por uma munição conhecida como "bean bag".

Segundo Ivalda Aleixo, diretora do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), a munição "bean bag" é utilizada normalmente em espingardas calibre 12. Ela consiste em um cartucho que, ao ser disparado, libera um saco de tecido sintético contendo esferas de chumbo. A munição pode penetrar no organismo causando sérios danos.

Em 2021, a Polícia Militar de São Paulo adquiriu 20 mil munições desse tipo por um valor considerável. No entanto, especialistas em segurança pública, como Ricardo Balestreri, afirmam que essa munição é menos indicada para conter multidões, pois já causou diversos casos de mortes ou ferimentos graves.

Os vendedores dessa munição recomendam que seja atirada em nádegas, coxas ou joelhos, e a uma distância mínima de 6 metros e 10 centímetros. No entanto, essas recomendações não garantem a segurança dos indivíduos atingidos, como comprovado pelo caso fatal ocorrido na Austrália.

A Polícia Militar de São Paulo ainda não descartou o uso da munição "bean bag", mas a investigação sobre a morte de Rafael Garcia continua em andamento. A mãe do torcedor espera obter respostas e responsabilização pelos acontecimentos que resultaram na morte de seu filho.

Conclusão

A morte de Rafael Garcia durante o confronto entre torcedores e policiais militares levanta questões acerca do uso da munição "bean bag". Embora seja anunciada como uma alternativa mais precisa e com menor risco de causar ferimentos graves ou letais, casos de mortes e lesões graves relacionados a essa munição têm sido relatados.

A segurança pública precisa avaliar cuidadosamente os protocolos de utilização desse tipo de munição e considerar as evidências que apontam para sua alta letalidade. A proteção da vida dos cidadãos deve ser a prioridade, e a busca por alternativas mais seguras e eficientes é necessária.

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